sábado, 20 de fevereiro de 2010

Sermão da Montanha - Mateus Capítulo : 5

Jesus, vendo a multidão, subiu ao monte e ensinava aos seus discípulos dizendo:

1- Bem-aventurados os humildes, porque deles é o reino do Céu.
2- Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados pelo própio Deus.
3- Bem-aventurados os pacientes, porque eles herdarão a terra.
4- Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça porque terão o amparo da Justiça Divina.
5- Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia.
6- Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus face a face.
7- Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus.
8- Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da verdade, porque deles é o Reino do Céu.
9- Bem-aventurados sois vós, quando vos perseguem, quando vos injuriam e, mentindo, fazem todo mal contra vós por minha causa. Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso garladão no Céu.
“Se se perdessem todos os livros sacros da humanidade, e só se salvasse O SERMÃO DA MONTANHA, nada estaria perdido.”
Mahatma Gandhi

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Teólogo Leonardo Boff sobre a Umbanda

Quando atinge grau elevado de complexidade, toda cultura encontra sua expressão artística, literária e espiritual. Mas ao criar uma religião a partir de uma experiência profunda do Mistério do mundo, ela alcança sua maturidade e aponta para valores universais. É o que representa a Umbanda, religião, nascida em Niterói, no Rio de Janeiro, em 1908, bebendo das matrizes da mais genuina brasilidade, feita de europeus, de africanos e de indígenas. Num contexto de desamparo social, com milhares de pessoas desenraizadas, vindas da selva e dos grotões do Brasil profundo, desempregadas, doentes pela insalubridade notória do Rio nos inícios do século XX, irrompeu uma fortíssima experiência espiritual. O interiorano Zélio Moraes atesta a comunicação da Divindade sob a figura do Caboclo das Sete Encruzilhadas da tradição indígena e do Preto Velho da dos escravos. Essa revelação tem como destinatários primordiais os humildes e destituídos de todo apoio material e espiritual. Ela quer reforçar neles a percepção da profunda igualdade entre todos, homens e mulheres, se propõe potenciar a caridade e o amor fraterno, mitigar as injustiças, consolar os aflitos e reintegrar o ser humano na natureza sob a égide do Evangelho e da figura sagrada do Divino Mestre Jesus. O nome Umbanda é carregado de significação. É composto de OM (o som originário do universo nas tradições orientais) e de BANDHA (movimento inecessante da força divina). Sincretiza de forma criativa elementos das várias tradições religiosas de nosso pais criando um sistema coerente. Privilegia as tradições do Candomblé da Bahia por serem as mais populares e próximas aos seres humanos em suas necessidades. Mas não as considera como entidades, apenas como forças ou espíritos puros que através dos Guias espirituais se acercam das pessoas para ajudá-las. Os Orixás, a Mata Virgem, o Rompe Mato, o Sete Flechas, a Cachoeira, a Jurema e os Caboclos representam facetas arquetípicas da Divindade. Elas não multiplicam Deus num falso panteismo mas concretizam, sob os mais diversos nomes, o único e mesmo Deus. Este se sacramentaliza nos elementos da natureza como nas montanhas, nas cachoeiras, nas matas, no mar, no fogo e nas tempestades. Ao confrontar-se com estas realidades, o fiel entra em comunhão com Deus.
A Umbanda é uma religião profundamente ecológica (ambientalista). Devolve ao ser humano o sentido da reverência face às energias cósmicas. Renuncia aos sacrifícios de animais para restringir-se somente às flores e à luz, realidades sutis e espirituais.
Leonardo Boff