"Para mim, ele, sem dúvida nenhuma, é o Pai da Umbanda.”
(Jornalista Ronaldo Linhares)
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Em julho de 1970, eu estava numa das minhas viagens ao Rio de Janeiro, com fragmentos de uma informação que havia colhido de uma conversa com o Sr. Demétrios Domingues, segundo o qual a mais antiga Tenda de Umbanda seria a de Zélio de Morais. Eu me encontrava em São João do Meriti-RJ, já de saída para São Paulo, quando decidi que procuraria essa pessoa e se é que ela realmente ainda existia. Após me informar de como chegar a Cachoeiras de Macacu, atravessei a ponte Rio-Niterói e, tomando a estrada para Friburgo, consegui chegar, depois de várias informações erradas. 00000000000000000000000000000000000000000000000000000
Caída à tarde naquela cidade. 000000000000000000000000000000000000000000000000000
Era dia de jogo do Brasil na copa do mundo, o que serviu para complicar meu trabalho. Em todo local que pedia informações, todos estavam com olhos grudados na televisão. Meu carro, embora novo, tinha um mau contato no rádio e a minha companheira Norminha passou metade da viagem dando tapas embaixo do painel, para ouvir o jogo. Várias vezes ela me disse que aquilo era uma loucura e que o melhor era voltarmos ao Rio de Janeiro, mas eu estava determinado a esclarecer o assunto de uma vez por todas. Ao entrar na cidade, que é muito pequena, dirigi-me primeiro a um bar, pedindo as primeiras informações, pois contava encontrar uma pessoa muito popular na cidade. Fiquei muito surpreso com o fato de que ninguém soube dar-me nenhuma informação, nem quanto à figura de Zélio nem quanto à sua Tenda. 000000000000000000000000000000000
Essa pessoa que eu procurava, se ainda estivesse viva, devia ser um ancião e, assim pensando, procurei uma farmácia, pois nessas pequenas comunidades os velhos quase sempre freqüentam regularmente a farmácia. Nova decepção: ninguém conhecia Zélio e nem havia ouvido falar de sua Tenda.000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000
Cheguei a procurar a Igreja local e indaguei ao padre, apresentando as minhas credenciais de repórter. Este também declarou nada saber a respeito de quem eu procurava (mais tarde vim a saber que a família Morais não era conhecida do padre, como participava financeiramente das realizações sociais da igreja).0000000000000000000000000000000000000000000000000000
Já quase desistindo, parei numa padaria, em uma das travessas da cidade, e foi lá que encontrei o “louco”. Demo-lhe este nome porque durante a nossa conversa ele pareceu não ser um indivíduo equilibrado. Afirmou conhecer Zélio e disse-me que ele tinha um bar em Boca do Mato. Contestei imediatamente, pois as informações que eu tinha diziam que Zélio morava em Cachoeiras.000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000
Depois de muitas explicações, fiquei sabendo que Boca do Mato era um bairro desse micromunicípio, com praticamente uma única rua que terminava na mata, daí o nome que lhe deram: Boca do Mato. Um tanto temeroso ainda, convidei o “louco” para que nos levasse até o local.000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000
Norminha estava apavorada com a minha atitude, achando que estávamos sendo conduzidos a uma emboscada. O cair da tarde era frio e garoava muito, lembrando uma tarde de inverno paulistano. A região serrana talvez propiciasse esse clima. Ao voltarmos à estrada, o “louco” apontava para a propriedade mais bonita e dizia: “Eu vendi para o deputado, para o gerente do Banco do Brasil, etc”. Se era fato ou não, o certo é que jamais ficaremos sabendo. Finalmente uma curva na estrada, nenhuma casa aparente, ele nos pede para entrarmos à direita. Só a menos de dez metros da entrada é que eu consegui enxergar a saída.000000000000000000000
O receio transformou-se em medo. Apesar de tudo, fomos em frente: uma rua sinuosa, várias pontes, algumas casas esparsas, nenhuma casa de comércio aberta. Paramos e ele disse: “É aqui!”. A casa estava fechada. Bati palmas várias vezes; numa casa vizinha uma janela se abriu e uma senhora de meia-idade, muito atenciosa, perguntou: “Vocês estão procurando quem?” 0000
Mostrei-lhe as credenciais e expliquei tudo. “Sou repórter e preciso encontrar Zélio”. Ela então me esclarece: “Seu Zélio está muito doente e não há ninguém em casa”.0000000000000000000000
Finalmente alguém confirmou que Sr. Zélio existia. Perguntei onde o encontrava e ela disse: “Ele está na casa da filha, em Niterói”. Senti como se tivesse pisado num alçapão, pois havia passado por Niterói e levei duas horas para chegar até ali. Teria de fazer todo o caminho de volta. Perguntei se ela teria o endereço. Ela, muito educada, respondeu: “Não sei exatamente onde eles moram, mas tenho o telefone da filha”.0000000000000000000000000000000000000000000000
Depois de assegurar-me de que realmente o apartamento ficava em Niterói, despedi-me. O “louco” estava eufórico, a informação era correta. Paramos em Cachoeiras de Macacu e eu o gratifiquei. Ele agradeceu e saiu correndo com o dinheiro em direção ao primeiro bar, “como um louco”.
Voltei para Niterói. Norminha dizia que o louco era eu por continuar naquela busca inútil, mas me acompanhava, apesar de tudo. Já não se falava mais em futebol, somente se encontraríamos ou não o Sr. Zélio. Chegamos em Niterói por volta das 19 horas. Assim que deixei estrada, cruzei algumas ruas e cheguei a uma farmácia. “Cariocamente”,estacionei o carro na calçada, desci, apresentei minhas credenciais e pedi para usar o telefone. Logo, em minha volta estava estabelecida a confusão.
“O senhor é repórter?00000000Foi crime?00000000Onde foi? Quem morreu?”
Tentando ignorar as perguntas, consegui completar a ligação. Do outro lado da linha uma voz de menina atendeu-me. Eu disse apenas que era de São Paulo, que queria entrevistar o Sr. Zélio e que havia sido informado de que ele se encontrava naquele telefone.
A mocinha pediu-me que esperasse um instante. Eu a ouvi transmitindo as informações que lhe dera. Outra voz no aparelho, desta vez a de uma senhora; explico os objetivos da minha visita (em nenhum momento declinei meu nome).
Ouço a pessoa com quem estou conversando dirigir-se a outra e explicar: “Papai, há um senhor de São Paulo ao telefone, que veio entrevistá-lo. O senhor pode atendê-lo?” E, para minha surpresa, ouço lá no fundo uma voz cansada responder:
“É Ronaldo, minha filha, que estou esperando há muito tempo. O homem que vai tornar o meu trabalho conhecido em todo o mundo”. Eu ouvia e não acreditava. Eu não havia dito a ninguém o meu nome e, no entanto, ele sabia de tudo, como se estivesse informado. Pedi o endereço, trêmulo e emocionado. Não me saía da cabeça como ele sabia quem eu era. Agradeci ao farmacêutico e saí “pisando fundo”.
Na Avenida Almirante Ari Pereira, perguntei a um, a outro e, finalmente, estava defronte ao prédio. Um tanto receoso, encostei o veículo. Passam os andares e finalmente o elevador para. Tive a impressão de que meu coração havia parado também.
Descemos, na nossa frente havia duas portas. Bati à porta da direita. Ela abriu-se. Era a mocinha gentil que me atendera da primeira vez:
“Sr. Ronaldo?”
“Perfeitamente!”
“Um momentinho”.
A porta da sala é a outra e Dona Zilméia vai atendê-lo.
O espaço que separava uma porta da outra não ultrapassava três metros. Com quatro passos estava diante da outra, que já começava a abrir-se. Diante de mim, uma senhora sorriu muito educada e perguntou:
“O senhor Ronaldo?”
Confirmei e apresentei Norminha, minha esposa.
A sala era um “L” e, no canto direito, um velhinho, usando pijama com uma blusa de lã por cima, sorriu para mim. O apartamento era modesto; havia um enorme aquário numa das pernas do “L”. Ao ver a frágil figura do velhinho, veio-me à cabeça que aquele deveria ser, no mínimo, irmão gêmeo de Chico Xavier, tal a sua semelhança física com o famoso médium kardecista.
Tomado de grande emoção, aproximei-me do senhor Zélio. Ele sorriu e disse, brincando:
Pensei que você não chegaria a tempo.
Não sei por que, mas aproximei-me, ajoelhei-me diante daquela figura simpática e tomei-lhe a bênção. Ele tomou minhas mãos, fez-me sentar ao seu lado e repreendeu a Norminha, dizendo-lhe:
Por que você não queria vir para cá?
Quando consegui falar, disparei uma “rajada” de perguntas. Eu estava totalmente abalado, o homem parecia saber tudo sobre mim e procurava acalmar-me, dizendo:
Sei perfeitamente o que você quer saber e não há motivo para que esteja tão nervoso.
Sua presença me acalmava. Dona Zilméia, depois de conversar conosco por 15 minutos, explicou que era seu dia de tocar os trabalhos e desculpou-se, dizendo que precisava sair. Pedi-lhe o endereço da Tenda e, depois de tudo anotado, ela retirou-se e fiquei na companhia do senhor Zélio. Ele realmente tinha todas as respostas para minhas perguntas e, na maior parte do tempo, antecipava-se a elas. Coisa que até hoje não consigo compreender. Eu estava diante de alguém como nunca havia visto antes.
Finalmente eu encontrara o “homem”.
Zélio de Morais e as Primeiras Manifestações Espirituais na Umbanda:
Quando do primeiro contato de Ronaldo Linares com Zélio de Morais, este lhe narrou como tudo começou:
Em 1908, o jovem Zélio Fernandino de Morais estava com 17 anos e havia concluído o curso propedêutico (equivalente ao Ensino Médio atual). Zélio preparava-se para ingressar na Escola Naval, quando fatos estranhos começaram a acontecer-lhe. Ora ele assumia a estranha postura de um velho, falando coisas aparentemente desconexas, como se fosse outra pessoa e que havia vivido em outra Época; e, em outras ocasiões, sua forma física lembrava um felino lépido e desembaraçado, que parecia conhecer todos os segredos da natureza, os animais e as plantas.
Este estado de coisas logo chamou a atenção de seus familiares, principalmente porque ele estava preparando-se para seguir carreira na Marinha, como aluno oficial. Este estado de coisas foi se agravando e os chamados “ataques” repetiam-se cada vez com mais intensidade. A família recorreu, então, ao médico Dr. Epaminondas de Morais, também da família, diretor do Hospício de Vargem Grande e tio de Zélio. Após examiná-lo durante vários dias, reencaminhou-o à família, dizendo que a loucura não se enquadrava em nada do que ele havia conhecido, ponderando, ainda, que melhor seria encaminhá-lo a um padre, pois o garoto mais parecia estar endemoninhado.
Como acontecia com quase todas as famílias importantes da Época, também havia na família um padre católico. Por meio desse sacerdote, também tio de Zélio, foi realizado um exorcismo para livrá-lo daqueles incômodos ataques. Entretanto, nem esse nem os outros dois exorcismos realizados posteriormente, inclusive com a participação de outros sacerdotes católicos, conseguiram dar à família Morais o tão desejado sossego, pois as manifestações prosseguiram, apesar de tudo.
A partir daí, a família passou a correr atrás de toda e qualquer melhora, ou melhor informação, que lhe trouxesse a esperança de uma solução para seu filho querido. Um dia, alguém sugeriu que isso era coisa de espiritismo e que o melhor era encaminhá-lo a recém-fundada Federação Kardecista de Niterói, município vizinho àquele em que residia a família Morais, ou seja, São Gonçalo das Neves. A Federação era então presidida pelo Sr. José de Souza, chefe de um departamento da Marinha chamado Toque Toque.
O jovem Zélio foi conduzido, em 15 de novembro de 1908, a presença do Sr. José de Souza. Estava num daqueles chamados ataques, que nada mais eram do que incorporações involuntárias de diferentes espíritos; e lá chegando, o Sr. José de Souza, médium vidente, interpelou o espírito manifestado no jovem Zélio e foi aproximadamente este o diálogo ocorrido:
Sr. José: “Quem é você que ocupa o corpo deste jovem?”
O Espírito: “Eu? Eu sou apenas um caboclo brasileiro.”
Sr. José: “Você se identifica como caboclo, mas eu vejo em você restos de vestes clericais.”
O Espírito: “O que você vê em mim são restos de uma existência anterior. Fui padre, meu nome era Gabriel Malagrida e, acusado de bruxaria, fui sacrificado na fogueira da Inquisição por haver previsto o terremoto que destruiu Lisboa em 1755. Mas, em minha última existência física, Deus concedeu-me o privilégio de nascer como um caboclo brasileiro.”
Sr. José: “E qual é seu nome?”
O Espírito: “Se é preciso que eu tenha um nome, digam que sou o Caboclo das Sete Encruzilhadas, pois para mim não existirão Caminhos fechados. Venho trazer a Umbanda, uma religião que harmonizará as famílias e que há de perdurar até o final dos séculos.”
No desenrolar desta “entrevista”, entre muitas outras perguntas,o Sr. José de Souza teria perguntado se já não bastariam as religiões existentes e fez menção ao espiritismo então praticado, e foram estas as palavras do Caboclo das Sete Encruzilhadas: “Deus, em Sua infinita bondade, estabeleceu na morte o grande nivelador universal: rico ou pobre, poderoso ou humilde, todos se tornam iguais na morte. Mas vocês homens preconceituosos, não contentes em estabelecer diferenças entre os vivos, procuram levar essas mesmas diferenças até mesmo além da barreira da morte. Por que não podem nos visitar esses humildes trabalhadores do espaço, se, apesar de não haverem sido pessoas importantes na terra, também trazem importantes mensagens do além? Por que o “não” aos CABOCLOS e PRETOS-VELHOS? Acaso não foram eles também filhos de Deus?”
A seguir, fez uma série de revelações sobre o que estava à espera da humanidade.
“Este mundo de iniqüidades mais uma vez será varrido pela dor, pela ambição do homem e pelo desrespeito às leis de Deus.
As mulheres perderão a honra e a vergonha, a vil moeda comprará caracteres e o próprio homem se tornará afeminado. Uma onda de sangue varrerá a Europa e quando todos acharem que o pior já foi atingido, uma outra onda de sangue, muito pior do que a primeira, voltará a envolver a humanidade, e um único engenho militar será capaz de destruir, em segundos, milhares de pessoas.
O homem será uma vítima de sua própria máquina de destruição.”
Prosseguindo diante do Sr. José de Souza, disse ainda o Caboclo das Sete Encruzilhadas: “Amanhã, na casa onde meu aparelho mora, haverá uma mesa posta a toda e qualquer entidade que queira ou precise se manifestar, independentemente daquilo que haja sido em vida, todos serão ouvidos e nós aprenderemos com aqueles espíritos que souberem mais e ensinaremos àqueles que souberem menos e a nenhum viraremos as costas e nem diremos não, pois esta é a vontade do Pai.”
Sr. José: “E que nome darão a esta Igreja?”
O Caboclo: “TENDA NOSSA SENHORA DA PIEDADE, pois da mesma forma que MARIA ampara nos braços o filho querido, também serão amparados os que se socorrerem da UMBANDA.”
A denominação de “Tenda” foi justificada assim pelo Caboclo: “Igreja, Templo, Loja dão um aspecto de superioridade, enquanto que Tenda lembra uma casa humilde.”
Dessa forma, em São Gonçalo das Neves, vizinho a Niterói, do outro lado da Baía de Guanabara, na sala de jantar da família Morais, um grupo de curiosos kardecistas compareceu, no dia 16 de novembro de 1908, para ver como seriam estas incorporações, para eles indesejáveis ou injustificáveis. O diálogo do Caboclo das Sete Encruzilhadas, como passou a ser chamado, havia provocado muita especulação e alguns médiuns, que haviam sido escorraçados de mesas kardecistas, por haverem incorporado caboclos, crianças ou pretos-velhos, solidarizaram-se com aquele garoto que parecia não estar compreendendo o que lhe acontecia e que de repente se via como líder de um grupo religioso, obra que deveria durar toda a sua vida e que só terminaria com a sua morte, mas que suas filhas Zélia e Zilméia prosseguem com o mesmo afã.
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Zélio de Moraes, com 83 anos de idade, na tranqüilidade do sítio em que residia, em Cachoeiras de Macacu (Boca do Mato), relatou o que ocorrera no dia seguinte, 16 de novembro de 1908: "Minha família estava apavorada. Eu mesmo não sabia explicar o que se passava comigo. Surpreendia-me haver dialogado com aqueles austeros senhores de cabeça branca, em volta de uma mesa onde se praticava um trabalho, para mim desconhecido. Como poderia, aos 17 anos, organizar um culto? No entanto, eu mesmo falara, sem saber o que dizia e porque dizia. Era uma sensação estranha, uma força superior que me impelia a fazer e a dizer o que nem sequer se passava pelo meu pensamento. No dia seguinte, em casa de minha família, na Rua Floriano Peixoto, 30, em Neves, ao se aproximar a hora marcada - 20 horas - já se reuniam os membros da Federação Espírita, seguramente para comprovar a veracidade do que fora declarado na véspera; os parentes mais chegados, amigos, vizinhos e, do lado de fora, grande número de desconhecidos.
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Tenda Nossa Senhora da Conceição
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Por volta de 1936, funcionando já seis das sete tendas anunciadas, o Caboclo demorava-se em criar a última, que seria a Tenda São Jerónimo, a Casa de Xangô. Faltava-lhe, dizia, o dirigente adequado.
Certa noite de quinta-feira, José Álvares Pessoa, espírita, estudioso de todos os ramos do espiritualismo, não dando muito crédito ao que lhe relatavam sobre as maravilhas ocorridas em Neves, resolveu verificar pessoalmente o que se passava. Logo que chegou à porta da sala em que se reuniam os discípulos, digamos assim, do Sete Encruzilhada, este interrompeu a palestra e disse: já podemos fundar a Tenda São Jerónimo. O seu dirigente acaba de chegar. Pessoa surpreendeu-se. Era desconhecido no ambiente, viera apenas verificar a veracidade do que lhe narravam. Após breve diálogo, em que o Caboclo demonstrou conhecer a fundo o visitante, José Alvares Pessoa assumiu a responsabilidade de dirigir a última das sete tendas que a Entidade criava.
Dezenas de tendas foram fundadas sob a orientação do Sete Encruzilhadas no Rio de Janeiro, em São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio Grande do Sul. Sempre que possível, o médium Zélio participava, pessoalmente, da instalação das novas tendas.
Em 1939, o Caboclo determinou que se fundasse uma Federação para congregar os templos umbandistas e que deveria ser o núcleo central desse culto, em que o simples uniforme branco de algodão dos médiuns estabelecia a igualdade de classes, e a simplicidade do ritual permitia dedicar integralmente o tempo das sessões ao atendimento dos necessitados. Mais tarde, surgiu o Jornal de Umbanda, que durante mais de vinte anos foi um porta-voz doutrinário de grande valor.
O ritual preconizado pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas excluiu tudo que de supérfluo nos legaram as seitas africanas. São palavras textuais de Zélio de Moraes: "O Caboclo das Sete Encruzilhadas não admitia atabaques e nem mesmo palmas nas sessões. Apenas os cânticos, muito firmes e ritmados, para a incorporação dos Guias e a manutenção da Corrente Vibratória. Capacetes, adornos, vestimentas de cores, rendas e lamês não são aceitos nos templos que seguem a sua orientação. O uniforme é branco, de tecido simples. As guias usadas são apenas as que determinam a Entidade que se manifesta. Não é a quantidade de guias o que dá força ao médium. Os banhos de ervas, os amacis, as concentrações nos ambientes da natureza, a par do ensinamento doutrinário, na base do Evangelho, constituem os principais elementos de preparação do médium. E são severos os testes que levam a considerar o médium apto a cumprir sua missão mediúnica.
De um artigo de Álvares Pessoa, publicado no suplemento espiritualista de "O Semanário", por volta de 1957, transcrevemos um trecho que define nitidamente a missão do Caboclo das Sete Encruzilhadas: "A tarefa que sobre os seus ombros tomou o Caboclo das Sete Encruzilhadas: - organizar a Lei de Umbanda no Brasil - é um verdadeiro milagre de fé e nos leva a um sentimento de profundo respeito por essa Entidade que se faz pequenina e procura velar-se sob a capa de uma humildade perfeita. É a ele que se deve a purificação dos trabalhos nos terreiros. Não veio destruir o ritual e sim dar-lhe força e método, manter sua pureza propagá-lo com a sua organização maravilhosa. O que nós todos lhe devíamos é inestimável; jamais poderemos retribuir os benefícios espalhados por ele e pelos Espíritos que acorreram a seu chamado. Esse Espírito, cuja fé-é um incentivo para os nossos espíritos, cheios de indecisões, fracos no cumprimento do dever, rebeldes quando não vemos satisfeitos os nossos desejos, bem merece ser enaltecido por todos os filhos de fé que se sentem felizes no ambiente humilde de Umbanda, e que nem de leve suspeitam do seu verdadeiro valor Ele não é um entre muitos, é o primeiro entre todos, porque foi comissionado para o estabelecimerito da Lei, a purificação dos rituais, verdadeiro Pastor da Umbanda, cuja obra, que um dia será gigantesca, se espalhará pelos confins do mundo porque a fé, que é o seu alicerce, a sustentará pelos séculos afora".
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EM ESSÊNCIA, A UMBANDA FUNDAMENTA-SE NOS SEGUINTES PRINCÍPIOS BÁSICOS:
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• Na existência de DEUS, Único, Onipotente, adorado sob vários nomes;
• Na crença em um Orixá Maior - OXALÁ - Jesus Cristo
• Na crença em Entidades Espirituais em Plano Superior - Os Orixás, chefiando Falanges;
• Na crença em Guias Espirituais, mensageiros dos Orixás (Caboclos e Pretos-Velhos);
• Na existência do Espírito sobrevivendo ao Homem em caminho de evolução,
0buscando o aperfeiçoamento;
• Na crença na reencarnação e na Lei do Carma, Causa e Efeito;
• Na prática da mediunidade sob as mais variadas apresentações;
• Na afirmação de que as Religiões constituem os diversos caminhos da evolução
0espiritual que conduzem a Deus;
• Na prática da caridade material e espiritual;
• Na necessidade do ritual como elemento disciplinador dos trabalhos;
• Na crença de que o Homem vive num campo de vibrações que condicionam sua vida 0para o bem ou para o mal, conforme sua própria nica vibratória.
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A Tenda de Umbanda Nossa Senhora da Piedade existe até hoje. Seu patrono segue sendo o Caboclo das Sete Encruzilhadas.
A história se encarregou de mostrar e provar a exatidão das previsões do Caboclo das Sete Encruzilhadas. As duas primeiras guerras, as bombas atômicas sobre Hiroshima e Nagasaki e a grande degeneração da moral, que, em certos países do mundo, permite que possam se unir em matrimônio até mesmo seres do mesmo sexo. O poder do dinheiro e o total desrespeito à vida humana são provas incontestáveis do poder e da clarividência do Caboclo das Sete Encruzilhadas.
Uma comprovação da existência do Frei Italiano, Gabriel Malagrida pode ser feita no livro de Henrique José de Souza, Eubiose: A verdadeira Iniciação, 4a ed. Rio de Janeiro: Associação Editorial Aquarius, 1978.
Segundo Henrique José de Souza: “Gabriel Malagrida, ancião de 80 anos, foi queimado por Verdugos (Inquisição), em 1761″ (págs. 250-251).
Existe, na Biblioteca de Amsterdã, uma cópia do seu FAMOSO PROCESSO, traduzido da edição de Lisboa. Malagrida, com efeito, foi acusado de feitiçaria e de manter pacto com o Diabo, que lhe havia revelado o futuro.
A profecia comunicada pelo “inimigo do gênero humano” (Quer dizer das profecias comunicadas aos Santos da Igreja, inclusive Santa Odila, que profetizou até a última guerra) ao pobre Jesuíta Visionário está concebida nos seguintes termos: “O Réu confessou que o demônio, sob a forma da Virgem Maria, lhe tinha ordenado a escrever a vida do Anti-Cristo; que havia de existir, a bem dizer, três anti-Cristos sucessivos, e que o último nasceria em Milão, da sacrílega união entre um frade e uma freira, etc. E por aí outras tantas coisas que obrigaram a confessar.”
A Tenda Nossa Senhora da Piedade é reconhecida hoje como a primeira Tenda de Umbanda e a data de 15 de novembro de 1908 é reconhecida como a data de fundação oficial da Umbanda.
Ronaldo Linares fez seu primeiro contato com Zélio de Morais em 1970. Antes disso, em 1969,
o pesquisador norte-americano David St. Claire fez a mesma descoberta em sua estada no Brasil.
Raízes do Ritual Umbandista:
Quando Ronaldo Linhares efetuou os primeiros contatos com Zélio de Morais, indagou sobre a origem do ritual umbandista e ele fez os seguintes esclarecimentos:
“O rito nasceu naturalmente, como conseqüência, principalmente, da presença do índio e pela presença do elemento negro, não tanto pela presença física do negro, mas sim pela presença do preto-velho incorporado, e, para ser mais preciso, no mesmo dia e pela primeira vez houve a incorporação de Pai Antonio, naquela que haveria de ser a primeira Tenda de Umbanda do Brasil. A Tenda Nossa Senhora da Piedade.
Segundo relato de Zélio de Morais, o Caboclo das Sete Encruzilhadas havia avisado que subiria para dar passagem a outra entidade que desejava se manifestar. Assim se manifestou, no corpo de Zélio de Morais, o espírito do velho ex-escravo, que parecia demonstrar sentir-se pouco à vontade frente a tanta gente e que, se recusando a permanecer na mesa em que se dera a incorporação, procurava passar despercebido, humilde, aparentando muita idade e o corpo curvado, o que dava ao jovem Zélio um aspecto estranho, quase irreal. Essa entidade parecia tão pouco à vontade, que logo despertou profundo sentimento de compaixão e de solidariedade entre os presentes. Questionado então por que não se sentava à mesa, com os demais irmãos encarnados, respondeu:
“Negro num senta não, meu sinhô. Negro fica aqui mesmo. Isso é coisa de sinhô branco i negro deve arrespeitá.”
Era a primeira manifestação desse espírito iluminado, mas a morte não retoca seu escolhido, mudando-o para o bem ou para o mal. Não havia afastado desse injustiçado o medo que ele tantas vezes havia sentido ante a prepotência do branco escravagista e, ante a insistência de seus interlocutores, disse:
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“Num carece preocupá não, negro fica nu toco, que é lugá di negro.”
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Procurava, assim, demonstrar que se contentava em ocupar um lugar mais singelo, para não melindrar nenhum dos presentes.
Indagado sobre seu nome, disse que era “Tonho” e que era “PAI ANTONIO”. Surgiu, assim, esta forma de chamar os pretos-velhos de “PAI”.
Ao responder como havia sido sua morte, disse que havia ido à mata apanhar lenha, sentiu alguma coisa estranha, sentou-se e nada mais se lembrava.
Sensibilizado com tanta humildade, alguém lhe perguntou respeitosamente: “Vovô, o senhor tem saudade de alguma coisa que deixou ficar aqui na terra?”
Este respondeu: “Minha cachimba, negro qué pito que deixou no toco. Manda mureque buscá.”
Grande espanto tomou conta dos presentes. Era a primeira vez que algum espírito pedia alguma coisa de material, e a surpresa foi logo substituída pelo desejo de atender ao pedido do velhinho. Mas ninguém tinha um cachimbo para ceder-lhe. Na reunião seguinte, muitos pensaram no pedido e uma porção de cachimbos, dos mais diferentes tipos, apareceu nas mãos dos freqüentadores da casa, incluindo-se alguns médiuns que haviam sido afastados de centros espíritas kardecistas, justamente porque haviam permitido a incorporação de índios, pobres ou pretos como aquele e que, solidários, buscavam na nova casa, a Tenda Nossa Senhora da Piedade, a oportunidade que lhes fora negada em seus centros de origem.
A alegria do velhinho em poder pitar novamente o seu cachimbo logo seria repetida quando os outros médiuns já mencionados também passaram livremente a permitir a presença de seus caboclos, de seus pretos-velhos e demais entidades consideradas não doutas pelos kardecistas de então, pobres tolos preconceituosos que confundiam cultura com bondade.
Foi dessa maneira que foi introduzido na “mesa” espírita o primeiro rito. Outros lhe seguiram, como, por exemplo, quando houve a informação de que os índios tinham o hábito de fumar e que foram eles que primeiro descobriram as propriedades dessa planta que eles enrolavam num enorme charuto, que era usado coletivamente por todos os participantes de seus cultos religiosos, sendo desta forma uma espécie de planta sagrada.
Desde que haja moderação e cautela, negar o pito ao preto-velho seria hoje uma grande maldade. Entretanto, deve-se sempre ter em mente que o seu uso deve ater-se somente ao rito e evitar-se os abusos e as deturpações que testemunhamos constantemente, não raras vezes, tocando as raias do absurdo e do escândalo, para o desprestígio desta religião que nasceu sob o signo da paz e do amor.
Atualmente, sabe-se que o uso do fumo pelas entidades incorporadas tem o efeito purificador quando elas atendem alguma pessoa com problemas espirituais. A fumaça age como um desagregador de maus fluidos, atingindo o perispírito dos espíritos obsessores. Por extensão destes hábitos incorporados ao terreiro, passou-se a oferecer doces às crianças incorporadas e, às vezes, a promover festas infantis. Contudo, o que é usual nestes casos, e naturalmente influindo desta ou daquela forma nas demais maneiras de incorporação, sempre com o objetivo de tratar os incorporantes (espíritos) como velhos e queridos amigos a quem recebemos com grande satisfação.
Com a “liberdade” trazida pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, as pessoas afugentadas da elitizada mesa kardecista de então passaram a freqüentar a nova religião. Uma boa parcela dessas pessoas era de raça negra (no Rio de Janeiro). Isso fez com que a Umbanda passasse a contar com uma boa parte de médiuns de raça negra, que se sentiam muito à vontade pela ausência de preconceitos.
Estes médiuns começaram a enriquecer o ritual umbandista e hoje muitos rituais com o nome de Umbanda são praticados… muitos nem são umbanda… são misturas desconexas de ritos… mas quando encontramos um verdadeiro terreiro ou tenda de Umbanda… algo dentro de nós nos emociona… é como estivéssemos sentindo a presença de Cristo e de N.Sra. na humildade dos pretos velhos; na simplicidade dos índios caboclos em sua pureza mental e moral e no cheiro bom da arruda…alecrim…alfazema e guiné…
15 de nov. de 2004 (94 anos do marco oficioso da Umbanda no Brasil)
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FREI GABRIEL MALAGRIDA - O JESUÍTA
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No ano de 1689, as margens do rio Como, na Vila de Monagio, nascia um menino que recebeu o nome de Gabriel Malagrida (cujo nome significa''As Vozes Harmoniosas de Deus"). Desde cedo Gabriel demonstrou tendências místicas. Entrou para o seminário de Milão onde foi ordenado e professou na Companhia de Jesus em 1711.
Gabriel desejava cumprir sua missão no Brasil porém Tamborini, o Geral da Companhia de Jesus, havia lhe reservado a cadeira de Humanidades no Colégio de Bastis, na Córsega. Mais tarde conseguiu se transferir para Lisboa, em 1721, onde depois de algum tempo conseguia embarcar para o Maranhão.
Gabriel e o Brasil. Nessas terras, Gabriel pregou internando-se no sertão, enfrentando sérios perigos e vencendo com a fibra de quem se julgava destinado a cumprir uma missão superior no Planeta, uma missão de conquistar almas para o Céu. Apresentava evidentes sintomas mediúnicos ouvindo vozes misteriosas e chegou mesmo a pensar que operava milagres.
Em 1727 começou a árdua tarefa de catequizar os índios no Maranhão, conseguindo nessa mesma ocasião amansar a feroz tribo dos Barbassos. Fundou no Maranhão uma missão que teve grande desenvolvimento, sustentando uma peregrinação apostólica. Foi em seguida, em 1730, para a Bahia e Rio de Janeiro onde continuou a pregar, alcançando grande ascendência sobre os índios. Apareceu então, convertido no apóstolo do Brasil. Dizia que conversava com Deus e que lhe aparecia a Virgem Maria, e para completar seus feitos, descrevia os "milagres" que operava.
Em 1749 partiu para Lisboa, onde foi recebido com fama de santo por muitos fiéis. Nessa época Dom João V se encontrava muito doente e Gabriel, a seu pedido, o assistiu nos seus últimos momentos.
Em 1751 retornou ao Brasil onde ficou ate 1754, ano em que foi chamado a Lisboa pela Rainha Dona Mariana da Áustria. Encontrou no poder Sebastião José, o terrível Marquês de Pombal, que não permitiu sua presença por muito tempo junto à Rainha. Por esse motivo, Gabriel se isolou durante algum tempo em Setúbal.
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No dia 1° de novembro de 1755, Lisboa foi destruída por um terremoto. Correu o boato que a catástrofe era castigo do céu. Pombal mandou publicar um folheto escrito por um padre, explicando o fenômeno e as causas naturais que o determinaram. Gabriel apareceu em público com um opúsculo, onde procurava corrigir o teor da publicação. Nesse opúsculo, Gabriel afirmava que o terremoto era verdadeiramente um castigo do céu. Pombal enfurecido, mandou queimar o opúsculo e desterrou Gabriel para Setúbal.
Em setembro de 1758, ocorreu um atentado contra a vida de Dom José. Algumas semanas antes, Gabriel havia escrito uma carta ameaçadora ao Marquês de Pombal. Gabriel foi preso, em 11 de dezembro, como responsável pelo atentado e encarcerado nas prisões do Estado. Pombal vasculhou seus livros e nessa oportunidade lhe atribuiu passagens que pareciam pouco ortodoxas, e foi entregue a Inquisição.
Gabriel foi condenado a pena de garrote e fogueira, sendo executado na Praça do Rossio em 21 de setembro de 1761.
Uma comprovação destes fatos pode ser encontrada na Biblioteca de Amsterdam, onde existe uma copia do seu famoso processo, traduzida da edição de Lisboa. Nesse processo pode-se ler que Malagrida foi acusado de feitiçaria e de manter pacto com o Diabo que lhe havia revelado o futuro!...
Gabriel Malagrida reencarnou no Brasil (talvez para se refazer da árdua encarnação como jesuíta) se preparando para a importante missão que lhe estava reservada dentro do Movimento Umbandista no século XX, como Caboclo das Sete Encruzilhadas.
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Frei Gabriel de Malagrida
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Uma comprovação da existência do Frei Gabriel Malagrida pode ser feita no livro de Henrique José de Souza, "Eubiose - A verdadeira Iniciação" - 4.ª edição (1978) - Associação Editorial Aquarius; Rio de Janeiro.
Nas páginas 250 e 251, Henrique José de Souza faz o seguinte comentário: "Gabriel Malagrida, ancião de 80 anos foi queimado por Verdugos (Inquisição) em 1761.
Existe na Biblioteca de Amsterdã, uma cópia de seu Famoso Processo, traduzido da edição de Lisboa. Malagrida, com efeito, foi acusado de feitiçaria e de manter pacto com o Diabo, que lhe havia revelado o futuro.
A profecia comunicada pelo "inimigo do gênero humano" (quer dizer das profecias comunicadas aos Santos da Igreja, inclusive Santa Odília, que profetizou até a última guerra) ao pobre Jesuíta Visionário, está concebida nos seguintes termos: "O Réu confessou, que o demônio, sob a forma da Virgem Maria, lhe tinha ordenado a escrever a vida do Anticristo; que havia de existir, a bem dizer, 3 anticristos sucessivos, e que o último nasceria em Milão, da sacrilégia união entre um frade e uma freira, etc.
E por aí, outras tantas coisas que o obrigaram a confessar".
*Texto Extraído do Livro Iniciação à Umbanda – Vol. 1
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GABRIEL MALAGRIDA VERSUS MARQUÊS DE POMBAL
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— Documentário sobre a vida, a obra e a paixão do padre jesuíta italiano Gabriel Malagrida (1689-1761), personagem extraordinário da história do Brasil. Muito famoso em sua época, tanto no Brasil como em Portugal, Malagrida era conhecido como “O Taumaturgo do Brasil” – um fazedor de milagres. Inaugurou no Nordeste brasileiro uma tradição de fervorosa devoção, que teria continuidade, sob outras formas, com Mestre Ibiapina, Antônio Conselheiro e padre Cícero Romão.
Introduziu no Brasil as devoções ao Sagrado Coração e à Nossa Senhora da Boa Morte. Em suas peregrinações, percorria imensas distâncias a pé pelos sertões brasileiros.
Em uma delas, conhecida com “a grande marcha”, percorreu, descalço, mais de 6 mil quilômetros. A equipe deste documentário seguiu os passos de sua vida: na Itália, onde nasceu na bela região do Lago de Como, em seis estados do Nordeste brasileiro, onde fez uma grande obra social e devocional, e Portugal, onde foi executado pela Inquisição. Um mergulho no Brasil do século XVIII, onde são investigadas a arte, a cultura e a mentalidade da época. Uma revisão historiográfica do papel do Marquês de Pombal na extinção da Companhia de Jesus, tudo isso em um documentário tocante, que tem como eixo central a vida do missionário Gabriel Malagrida. É, pois, um filme imperdível.
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O MARQUÊS E O FRADE
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Para gáudio do grande pintor e crítico Raul Córdula, um dos maiores artistas plásticos paraibanos e também um dos maiores admiradores da obra social e educacional do jesuíta executado pela Inquisição; e também para que o leitor não vá ler o cordel de Clotilde Tavares ou ver o filme de Victor Leonardi e Renato Barbieri sem ter pelo menos uma
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Evandro da Nóbrega
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— Documentário sobre a vida, a obra e a paixão do padre jesuíta italiano Gabriel Malagrida (1689-1761), personagem extraordinário da história do Brasil. Muito famoso em sua época, tanto no Brasil como em Portugal, Malagrida era conhecido como “O Taumaturgo do Brasil” – um fazedor de milagres. Inaugurou no Nordeste brasileiro uma tradição de fervorosa devoção, que teria continuidade, sob outras formas, com Mestre Ibiapina, Antônio Conselheiro e padre Cícero Romão. Introduziu no Brasil as devoções ao Sagrado Coração e à Nossa Senhora da Boa Morte. Em suas peregrinações, percorria imensas distâncias a pé pelos sertões brasileiros.
Em uma delas, conhecida com “a grande marcha”, percorreu, descalço, mais de 6 mil quilômetros. A equipe deste documentário seguiu os passos de sua vida: na Itália, onde nasceu na bela região do Lago de Como, em seis estados do Nordeste brasileiro, onde fez uma grande obra social e devocional, e Portugal, onde foi executado pela Inquisição. Um mergulho no Brasil do século XVIII, onde são investigadas a arte, a cultura e a mentalidade da época. Uma revisão historiográfica do papel do Marquês de Pombal na extinção da Companhia de Jesus, tudo isso em um documentário tocante, que tem como eixo central a vida do missionário Gabriel Malagrida. É, pois, um filme imperdível...